sexta-feira, 26 de maio de 2023

CPI DO MST É FARSA, O AGRO PREDADOR QUER TOMAR TERRAS INDÍGENAS. PARTE I.

Imagens da Internet. Uma bandeira vermelha tremulou pela primeira vez em janeiro de 1984, na cidade de Cascavel no Paraná ainda em plena Ditadura Militar e ali estava nascendo o MST com apoio da Comissão Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica e ali começava o embrião do Movimento pela reforma agrária do MST, em seu primeiro encontro organizacional pelas lutas sociais. Um ano após sua fundação, foi realizado o I Congresso Nacional do MST e contou com cerca de 1.500 delegados de 13 Estados brasileiros e o lema era “SEM REFORMA NÃO HÁ DEMOCRACIA”. O objetivo principal do MST é realizar a Reforma Agrária, praticar a produção de alimentos ecológicos e orgânicos, preservar a natureza, fazer plantios em áreas degradadas e melhorar as condições de trabalho no campo. Em 1986 é oficializada a primeira escola do MST em um acampamento, localizado na Fazenda Anoni, que contava com aproximadamente mil crianças acampadas, que começa a funcionar debaixo de uma lona preta em três turnos, atendendo 600 alunos do primeiro segmento do ensino fundamental. Em 2019, mais de 200 mil alunos tinham acesso ao ensino básico nas mais 2 mil escolas públicas construídas em acampamentos e assentamentos do MST, atendendo crianças, adolescentes, jovens e adultos. São desenvolvidos também projetos de alfabetização de adultos, além de cursos técnicos, de nível superior e de pós-graduação, em parcerias com universidades em todo o país, beneficiando cerca de 186 mil pessoas desde a criação do Pronera. Em 2022, havia 160 cooperativas sob a bandeira do MST produzindo alimentos, sendo estimado que entre 25% a 30% da produção dos assentamentos e acampamentos esteja organizada em cooperativas Entre os principais alimentos produzidos pelo MST estão: arroz, feijão, milho, trigo, café, cacau, mel, mandioca, leite, carnes, frutas e hortaliças. Parte da produção é adquirida pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Em 2020, foram doadas mais de 5.000 toneladas de alimentos e um milhão de marmitas nas periferias urbanas e rurais pelo país com a crise provocada pela pandemia de Covid-19 no Brasil. O MST é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. O MST passa a sofrer perseguição e várias tentativas de ser criminalizado pela extrema direita durante o governo fascista do Bozo e seus apoiadores do agronegócio predador, invasor, grileiro, desmatador e poluidor do meio ambiente que destrói a fauna e a flora, além da saúde e a vida dos povos originários. Para isso a extrema direita fascista criou uma CPI para investigar “possíveis crimes” do MST, quando na realidade os verdadeiros criminosos estão entre o agro que cometem crimes de invasão de terras públicas, terras indígenas, para garimpos ilegais e comércio ilegal de madeiras, pescas clandestina, assassinatos, tráfico de armas e drogas, financiamento e incentivo à tentativa de GOLPE do dia 08/01. Mais de 120 milhões de brasileiros vivem na insegurança alimentar e 32 milhões desses vivem passando fome, por isso urge a democratização do acesso à terra, através de uma reforma agrária popular para aqueles que cuidam da natureza e do meio ambiente, fazendo valer e cumprir o papel social e humanitário da terra. O grande agro está envolvido com a violência no campo, desmatamento, queimadas, grilagem, trabalho escravo, contaminação do solo e rios por agrotóxicos e dejetos de mercúrio e outros produtos químicos. O MST já passou por outras duas CPIs, a primeira em 2003 e outra em 2017 e nada de errado foi encontrado ou que desabonasse o movimento social do MST nessas duas “investigações”. LULA tem que vir a público defender a manutenção dos ministérios como eles foram definidos pelo governo. O que os fascistas bolsonarentos querem fazer é desmontar os ministérios das áreas críticas e entrega-los nas mãos do centrão e da bancada ruralista e do Agropredador. Essas mudanças que o relator da MP dos ministérios fez na estrutura do Meio Ambiente é para enfraquecer o Meio Ambiente, o IBAMA, INCRA, FUNAI e ICMBio diminuindo seus poderes de fiscalização e multas e abrir caminho para o agro tomar as terras indígenas e de ribeirinhos, através da aprovação do Marco Temporal das Terras, com os votos da bancada BBB, do Boi, da bíblia e da bala. Essa CPI do MST é um pano de fundo para encobrir a verdadeira intenção deles, que é diminuir o poder de fiscalização e punição do governo federal sobre crimes ambientais de garimpo ilegal, desmatamento, invasão de terras, grilagem, trabalho escravo etc. A CPI conta com 40 deputados ruralistas, sendo a maioria delegados de polícia e militares ligados à Frente Parlamentar Agropecuária –FPA, (Muitos deles respondem por vários crimes e estão sendo investigados e indiciados pelo STF e TSE) e apenas 14 deputados governistas. A composição dessa CPI parece a de uma corte marcial que foi criada apenas para cassar direitos civis. Na verdade teria que ser criada uma CPI para investigar crimes cometidos por garimpeiros, madeireiros, desmatadores incendiários, invasores, trabalho escravo, traficantes de madeira, assassinatos, contrabando de ouro etc. e não de quem cuida da Terra e da ecologia. Realmente teremos que ir às ruas com urgência. LULA não pode ficar refém de um congresso de bandidos (boa parte dele), e também não pode bater de frente com eles, senão perde apoio e pode até cair. Um bom exemplo é essa CPI do MST que só tem deputados da extrema direita bolsonarista e quase todos são ruralistas, pastores, delegados e militares. Parece mais uma corte marcial para punir e perseguir civis. A União Européia (UE), se aprovado essas mudanças no Ministério do Meio Ambiente, do Marco Temporal e desmatamento da Mata Atlântica, dificilmente a UE fechará acordo com o Brasil e com o Mercosul e o país corre o risco de ficar isolado internacionalmente, como nos últimos 4 anos do governo fascista.

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